História
A história da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Zêzere não deixa de estar associada a uma realidade que é a história dos “soldados da paz” no nosso país.
A história dos bombeiros como realidade é uma história de sucesso. Efetivamente, as suas raízes mais longínquas remontam, em Portugal, aos finais do seculo XIV. D. João I, através de Carta Régia, determinava que os carpinteiros e calafates deviam acorrer aos incêndios com seus machados e as mulheres com seus cântaros ou potes.
Apesar do Associativismo ter apenas surgido no século XIX, mais concretamente em 1868, a verdade é que o voluntariado existe desde tempos imemoriais. Em Lisboa, foi criada a Companhia de Voluntários Bombeiros, transformada, em 1880, na Associação de Bombeiros Voluntários de Lisboa, a mais antiga do País e ainda existente.
A conjuntura politica e social, que então se vivia permite explicar não só o surgir do Associativismo, no âmbito dos bombeiros, como o seu incremento nas décadas imediatas, fruto do espirito de solidariedade e do abnegado sentimento de fraternidade de um povo que foi sempre pequeno nos limites das suas fronteiras, mas grande na alma e nas suas raízes históricas.
Em pouco mais de três décadas foram criadas 82 Associações de Bombeiros Voluntários de cariz privado. Fez-se depois um percurso com vários marcos importantes, que refletem a capacidade de adaptação do setor, perante a evolução da sociedade.
A 28 de abril de 1947, enquanto a Europa se erguia, aos poucos, da devastadora II Guerra Mundial e a vizinha Espanha ainda curava as cicatrizes da Guerra Civil, um grupo de ferreirenses fundou a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Zêzere.
No início não havia corpo de bombeiros, era só uma coletividade, tendo sido criado apenas em 1948 o 1º corpo ativo de bombeiros, com os seguintes elementos:
José Nunes Laureano – 43 anos;
Joaquim Ribeiro Nunes – 21 anos;
Manuel Antunes Sousa – 27 anos;
Manuel Nunes Ferreira – 29 anos;
Joaquim Vicente Marques – 24 anos;
António Saraiva Galinha – 22 anos;
José António Alves Franco – 27 anos;
Daniel Lereno Menezes – 23 anos.
O primeiro quartel dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Zêzere ficava situado dentro da vila, na Rua D. Nuno Rodrigues e a primeira sirene foi montada no edifício da Câmara Municipal.
Entre 1948 e 1971, o corpo de bombeiros era constituído por cerca de 30 bombeiros, tendo em 1971, sido criado o primeiro corpo activo feminino com cerca de 12 elementos.
O primeiro telefone dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Zêzere estava colocado no Café do Salomão, que quando recebia uma chamada de incêndio, deslocava-se ao edifício da Câmara Municipal para tocar a sirene.
Caso fosse uma chamada de saúde, deslocava-se ao quartel para ir buscar uma ambulância para efetuar o serviço. Na época, quando soava a sirene para um incêndio, demorava cerca de 30 minutos até que saísse a primeira viatura.
Em 1971, o telefone foi transferido para a GNR, que se encarregava de chamar os voluntários para as diversas ocorrências. Na época eram efetuados, em média, três serviços de saúde por semana.
A 8 de julho de 1973 foi inaugurado o novo quartel situado na rua Alfredo Keil, que foi construído com donativos de sócios. Em 1976 foram criadas as primeiras escalas de serviço, para determinar a que serviços poderiam ocorrer cada elemento.
A realidade atual é bem diferente do passado, sendo o serviço distribuído por escalas compostas por elementos profissionais e voluntários. Caso haja um alerta de emergência, a saída de uma viatura tarda apenas breves instantes.
A 30 de abril de 2022, celebrou-se o 75º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ferreira do Zêzere, tendo sido homenageados os anteriores comandantes da corporação, até 2018: Manuel Laureano (1948-1950), Mário Simões (1950-1958), António Graça (1958-1970), António Faria (1970-1978), Manuel Fernandes (1979-1981), José António (1981-1982), Armindo Antunes (1982-1993), António Jesus (1993-2006), Pedro Mendes (2006-2011), Rui Patrício (2011-2015) e Pedro Carraço (2016-2018)